

Poetize-se 2022
Independência e vida
A 4ª edição do Projeto Poetize-se traz como tema “Independência e vida” ou, se preferirem, “Independência é vida”, um contraposto ao famoso grito às margens do Rio Ipiranga (“Independência ou morte!”) que propunha uma independência a qualquer custo.
Em 2022 comemoramos o bicentenário da Independência. O Poetize-se 2022 propõe uma reflexão sobre liberdade nos dias atuais. O que é liberdade pra você? Qual o preço a se pagar?
Como participar
Para participar, basta escrever uma poesia de sua autoria sobre o tema “Independência e vida”. Encaminhe a sua poesia (sem identificação no documento), em formato “word” (.doc ou .docx), para o email bibcentro@cp2.g12.br com o assunto Poetize-se 2022. O prazo é dia 25/11 (sexta-feira). Lembre-se de pôr seu nome completo e turma apenas no corpo do email.
Premiação
(atualização: 07/12)
Todas as poesias enviadas estarão expostas a partir da semana que vem na gaiola da biblioteca e todos os autores receberão prêmio de participação e certificado. Nossa equipe selecionou dois destaques, que ganharão as cestas exibidas na biblioteca ao longo do período do festival, e são os seguintes:
Central Do Rj
As margens do Ipiranga,
O grito foi dado
Era a independência dos povos não originários!
Seguimos no sentido anti- horário.
A bandeira da nação
Resguarda um pobre cidadão
Aquele que acreditou na tal liberdade,
E chorou ao ver o resultado da urna da cidade.
Não será necessário ditadura!
Pare de mentir para si mesmo
Desde 1800 não somos independentes
Vivemos para ser colônia dos europeus indecentes.
Acorde e veja!
Que a educação conquista,
Torna viva aquela criança
Que está perdida
Na sua caminha de palha
Esperando sua mãe chegar do trabalho ainda estilo monarquista.
São 12:00 estou à flor da pele!
Vago pela central do Brasil
De volta a baixada,
Quando alguém me esbarra
E pede:
-Tia tem um trocado para eu comprar o leite do meu irmão, prometi acabar com a fome dele.
Na minha cabeça passava
O tema da redação que eu tinha que escrever
Relatando a independência e a vida de todos.
Dei o que tinha e não conseguiria comprar a ração para meu gato
Foi aí que eu vi,
Nem os bichos tão livres.
Apaguei tudo que escrevi!
E vou começar daqui
Era um dia quente na central
E meu gato não tinha oque comer,
Contei para minha mãe e morri.
Renasci e hoje estou aqui
Embalando quentinha
Para vender perto do colégio
Pedro segundo
Aproveitar o texto e vender minha comida,
Se não minha mãe me tira a caneta e o papel,
E só irá me restar ir para o mundo do cartel...
(Maria Prieto Almeida - 905)
Quanto custa a liberdade?
Não sei se sobrou, corpo, alma, mas pegue sem piedade
Por favor, só me vê um pouco de liberdade
Venho caçando há tempos tal tesouro
Mas me vendem sempre uma falsa indepêndencia
E não percebem a submissão ao grande OUTRO
A real é que somos muito dependência
Objetos do próprio objeto
Não notamos essa imprudência
E regredimos sempre ao mesmo trajeto
A culpa não é nossa, dou-lhe garantia
E logo transformo a revolta em rebeldia
Como falar que independência é vida se não sabemos viver?
Normalizamos o anormal
Perdemos senso do legal
Sento-me, calo-me e penso "Que fazer?"
Como gritar às margens do Ipiranga "Independência ou morte!"
Se eu já estou morrendo
Se sobreviver tenho sorte
Transformo o luto em luta
E permaneço escrevendo
Sobre a Grande Disputa
Então, qual o preço da Liberdade?
Talvez minha própria vida
E com muita Responsabilidade
Dou essa resposta sofrida
Liberdade é se desprender do grande OUTRO
Acho que não viverei para ver
Mas posso plantar, para algum dia alguém colher
Proletários de todos os países unir
Portanto assim, se libertar e vencer
(Pedro Henrique Fróes Rocha - 1205)