Poetize-se 2025: resultados
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A 7ª Edição do Poetize-se trouxe como tema o bicentenário do patrono da nossa escola, o imperador D. Pedro II. A novidade desse ano foi a divisão dos concorrentes em dois grupos: estudantes do Ensino Fundamental e do Partiu IF deveriam se concentrar no Imperador Menino; enquanto participantes do Ensino Médio, Graduação e Pós-graduação focavam na maioridade do monarca.
A Biblioteca da Prôa agradece a todos/as que se dispuseram a enviar suas obras, novos e habituais poetas, que acreditam no projeto ano após ano. Nossos agradecimentos também aos integrantes da banca avaliadora; ao Setor de Comunicação do Campus e do Colégio; ao Núcleo de Arte e Cultura, que novamente nos apoiou; aos professores parceiros que divulgaram em sala; e à aluna Letícia da Silva Malagueta, autora da arte que deu cara ao Poetize-se 2025.
Os autores das três poesias premiadas no grupo do Ensino Fundamental e Partiu IF foram:
Arthur Ribeiro Nascimento – Campus Centro – Turma 602 – “O último Imperador do Brasil”
Francisco Gaspar Dieguez - Campus Centro – Turma 803 – “Bicentenário: um menino que mudou um país”
Luiz Guilherme Silva Alves – Campus Realengo II – Turma: 602 – “O pequeno imperador”
Já os premiados no grupo do Ensino Médio, Graduação e Pós foram:
Guilherme Macedo Andrade Miranda – Campus Realengo II – Turma: 2202 – “Lamentações”
Stefania Costa Farias – Campus Niterói – Turma: 2108 – “Pedro que escolheu aprender”
Claudio Francisco da Silva Cunha – Campus Centro – Turma: 3101 – “O menino que virou colégio”
O último Imperador do Brasil
Oi, tudo bem?
Eu sou seu narrador
E vou te contar a história
De um grande imperador
Em primeiro de dezembro de 1825
Um rei comemorava sua coroação
Era Dom Pedro I
Tudo certo, até então
Mas faltava a imperatriz
Onde estaria Dona Leopoldina?
Estava prestes a dar à luz
Com sua barriga nada fina
Às duas e meia da madrugada
Nasceu um menino
No dia 2 de dezembro de 1825
Dentro da sala, um choro fino
Devido ao nascimento do bebê
A corte comemorou
Foi uma grande festa
Que longos três dias durou
Logo no dia do parto
Dom Pedro I foi à capela
Com as filhas e o filho
Agradecer por nascer a criança bela
Um mês após nascer o bebê
Voltaram para o lugar
Agora, com a imperatriz
Para o filho apresentar
Pediram proteção da santa
No Paço, beija-mão
Teve te-déum também
Mas que emoção!
Recebimento do corpo diplomático
Que dia fenomenal!
Um dia abençoado
Na Capela Imperial
Apesar de ter quatro irmãs mais velhas
Dom Pedro II iria ser imperador
Pois era um menino, tinha preferência
Com seu sorriso encantador
Os nomes delas: Dona Januária, Dona Francisca,
Dona Paula Mariana,
Dona Maria da Glória,
Não tinha nenhuma “Ana”
Mesmo com as irmãs
Outros dois filhos a rainha teve
Dom Miguel e Dom João Carlos
Mas eles vivos, ela não manteve
Agora, para ficar mais resumido
Uma cronologia vou fazer
Datas importantes e mais
Tudo isso eu vou te dizer
Mas para entristecer
A mãe morreu então
Um ano depois dele nascer
Sentia a tristeza do pé à mão
Dom Pedro I se casou com outra
Dona Amélia era como se chamava
Mas ele não gostava da madrasta
A nova mãe ele não amava
No ano de 1831
Dom Pedro I o trono abdicou
Por causa de uma crise política no Brasil
Dom Pedro II, dois dias depois, o trono aclamou
No dia nove de abril
François-René Moreaux lhe coroou
Continuou estudando muito
E isso muito lhe ajudou
Três anos depois algo mal aconteceu
O pai dele se foi, em Portugal
Deixando a ele a solidão
Que triste, nada legal
Sua infância foi muito triste
Mas Dom Pedro teve que aceitar
A solidão e desprezo
Não tinha como evitar
Se afastou de todos
E suas irmãs inclusas
Nada foi fácil
Suas alegrias já foram usas
Resolveu ter um escape
Para fugir de tudo
Ler livros era seu passatempo
Ele sofria muito, mudo
Em 18 de julho de 1841
Pedro II foi coroado
Sua maioridade foi antecipada
O momento foi sagrado
Mesmo sendo novo
Era responsável e dedicado
Ele era um bom imperador
E por todos era amado
Te contei sobre a infância
Mas o resto fica para a próxima
A vida dele era espetacular
Boa como uma cama
Acho que chegou minha hora de ir
Mas você provavelmente quer mais
Talvez eu volte aqui outro dia
Mas ainda tem história demais
Eu vou me despedindo
Vou mais história contar
E se quiserem ler uma delas
Podem comigo falar!
A poesia demorou
Todas essas palavras melosas
Foram muitas estrofes
Mas as poesias são poderosas
Bicentenário: um menino que mudou um país
No berço imperial nasceu Pedro, um futuro imperador,
que antes de ser menino, seu pai já o coroou.
Sua mãe Leopoldina cedo partiu,
estudava tanto que, nos sonhos, livros ele viu.
Aos cinco anos, seu pai deixou o trono e voltou para Portugal,
diferente das outras crianças, sua diversão não teve início, apenas final.
Enquanto aprendia línguas, regras, deveres e o alfabeto,
o Brasil vivia em revolta, um país inquieto.
Chamaram o jovem de quatorze anos, que trazia um livro na mão:
“Erga-te, Pedro! Agora és farol para iluminar a nação.”
Seus pais não lhe deixaram lembranças,
teve tudo o que quis, menos o mais precioso: a infância.
E hoje, no bicentenário, celebramos com respeito verdadeiro
quem cresceu antes da hora para reconstruir um país inteiro.
O pequeno imperador
Dom Pedro II nasceu em mil oitocentos e vinte e cinco.
Teve três irmãs e foi educado pela aia D. Mariana Carlota, a “Dadama”.
Com oito dias de nascido, na Capela de São Pedro de Alcântara, seu batismo foi lindo!
O pequeno príncipe foi educado com disciplina e valores
Cheio de livros, para aumentar o conhecimento
Mal sabia que seria um dos mais importantes da nação,
Com a responsabilidade de representar segurança e civilização.
Os tutores maravilhosos que ajudaram
A deixar seu legado
Para o Brasil e seu povo
Com orgulho ficaram.
Como ainda era criança, esperou o período regencial.
Para ser quem foi, estudou muito e foram muitos textos lidos.
Aos catorze anos, se tornou
O mais novo Imperador do país, que no nosso Colégio jamais será esquecido.
Lamentações
Ainda me pego pensando no homem
Que estudava para descansar,
Que lia tragédias gregas no idioma original
E nos trouxe As Mil e Uma Noites.
Ainda me pego pensando no homem
Que preferiu escolas a estátuas
E que, se não fosse imperador,
Seria professor.
E ainda me pego pensando
Se um dia outro governante
Entenderá que a educação e o futuro
São um só.
As pedras que ele edificou
Tornaram-se escolas, bibliotecas, laboratórios
Que iluminarão gerações
Para todo o sempre.
E é curioso pensar
Que o homem que lia para aprender com o mundo
Agora é lido para que o mundo com ele aprenda
E use-o como exemplo a ser seguido.
Afinal, sob seu reinado, o país enfim respirou
Estradas de ferro uniram vidas,
As indústrias se ergueram
E o Brasil era um lugar de respeito.
E ainda me pego lamentando
O seu triste fim,
Pois o homem que conversava
Com inventores
Não era ouvido por marechais
Vassalo de seus vassalos,
Foi impedido de ser justo
Com os acorrentados.
O homem que queria
Paz e prosperidade para o Brasil
Foi derrotado pelos injustos,
Afinal, estes eram muitos.
Pedro que escolheu aprender
Brasil bate no peito: tum!
pede futuro no leito: tum-dum!
e no meio da história
surge um menino-rei
que vira homem-livro.
Pedro.
Pedro II.
Pedro do giz.
Pedro da luz.
Instrução, educação, instrução.
Ele dizia.
Ele repetia.
Ele insistia.
Como tambor chamando o povo.
Abre livro.
Acende lâmpada.
Ergue escola.
Planta ciência.
Biblioteca aqui, observatório ali,
correspondência que atravessa o Atlântico
como flecha de pensamento.
Darwin responde.
Pasteur responde.
Pedro aprende
aprende de um tudo,
aprende sempre.
E o telefone de Bell: trimm!
faz o imperador sorrir
como quem ouve o século seguinte
chegar antes da hora.
E o Brasil hoje?
Tela.
Dedo.
Velocidade.
Desinformação espirrando faísca.
Mundo girando com pressa demais
pra pensar direito.
Pedro diria:
“Lê, Brasil.
Lê pra saber.
Sabe pra ser.”
Ritmo curto.
Pancada seca.
Golpe firme de palavra.
Educação não é gasto;
é base.
Ciência não é luxo;
é norte.
Futuro não é mágica;
é método.
Pedro sabia.
Pedro sentia.
Pedro queria
um país que pensa
antes de cair.
Por isso escrevo:
Salve o homem-livro,
o rei que preferia lápis,
o imperador que estudava
mais que mandava.
Salve o patrono do saber,
cuja herança pulsa
no laboratório da escola pública,
na curiosidade de cada estudante
que mira o céu
e pergunta
“por quê?"
O menino que virou colégio
Nasceu Pedro de Alcântara,
menino de olhar sereno,
cresceu entre livros, ciências e um destino ameno.
A infância foi breve sem pai, sem mãe presente,
mas com um Brasil inteiro olhando aquele infante.
No trono tão cedo,
a coroa ainda brilhava,
o menino virou monarca,
e o povo o aclamava.
Estudioso, curioso,
jamais sossegou o facho,
entre mapas e telescópios, o tempo era escasso.
Amava as letras,
a arte,
o progresso da nação,
fazia da sabedoria o cetro em sua mão.
E ao lado do povo,
em humildade e respeito,
reinava com justiça,
com coração e com jeito.
Mas veio o tempo da sombra,
o vento da traição,
o amigo Marechal,
de espada em mão,
deu o golpe no Império, cortou-lhe o chão,
e o velho monarca partiu, com a dor da ingratidão.
Mesmo exilado,
guardou no olhar o Brasil,
lembrando do menino,
do sonho sutil,
que quis ver seu povo crescer,
evoluir,
sorrir…
e mesmo sem trono, jamais deixou de DESTRUIR.
Ah, Dom Pedro Segundo, se hoje aqui estivesse,
com sua calma,
sua ciência,
sua prece,
não deixaria o povo dormir na calçada fria.
Ergueria a pátria com amor e poesia.


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